Metrô no Rio corre o risco de não ficar pronto até as Olimpíadas, diz Paes, e BRT pode ser alternativa

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Primeiro carro da linha 4 do Metrô do Rio. Foto: Andre Gomes de Melo/ GERJ

E-mail enviado pelo prefeito Eduardo Paes para o comitê Olímpico Internacional alerta sobre o risco. Demora da União para liberar recursos é o principal motivo. Governo do Estado garante que obra ficará pronta a tempo

ADAMO BAZANI

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, admitiu que existe um plano de emergência caso a linha 4 do Metrô não fique pronta até as Olimpíadas de 2016. A alternativa é expandir o sistema BRT, de corredores de ônibus de maior capacidade e velocidade, da Barra da Tijuca até a zona sul da capital fluminense. O primeiro trecho da Linha 4 é previsto para ligar a Barra da Tijuca até Ipanema e deve transportar por dia em torno de 300 mil passageiros. A obra desta fase tem previsão para terminar em julho. São seis estações em cerca de 16 quilômetros:   Jardim Oceânico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz . O trecho entre Gávea e a linha 1 do Metro tem previsão para 2017.

O jornal O Globo revelou um e-mail enviado por Paes ao Comitê que diz que existe um “risco elevado” de a linha 4 do Metrô não ficar pronta a tempo, comprometendo todo plano de transportes para os Jogos Olímpicos, que vão ter início em agosto.

De acordo com o prefeito, o motivo é a demora do Governo Federal para liberar o novo financiamento pelo BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social de R$ 1,3 bilhão para a linha 4.  O trecho do metrô, de responsabilidade do Estado, passaria assim a custar no total R$ 10,3 bilhões, de acordo com o próprio governo federal.

Neste sábado, Eduardo Paes se reuniu com secretários, subprefeitos e presidentes de empresas, fundações e autarquias municipais para discutir o assunto. Segundo ele, o plano já existe desde 2015 como emergencial, mas diante das dificuldades de recursos do Governo Federal, o BRT torna-se mais viável caso realmente exista o atraso das obras do Metrô.

O corredor de ônibus não anularia o projeto do metrô e seria complementar ao sistema, não ficando subutilizado quando o metrô ficasse pronto, já que as estações metroferroviárias ficariam distantes umas das outras.

Para operar o trecho, seriam necessários mais 117 ônibus articulados. As empresas de ônibus dizem que não têm condições financeiras de comprar estes veículos até agosto.

GOVERNO DO ESTADO DIZ QUE 90% DAS OBRAS JÁ ESTÃO CONCLUÍDOS:

O Governo do Estado do Rio de Janeiro admite que o BRT foi colocado como alternativa em caso de o cronograma do metrô não ter o andamento esperado. Mas a Secretaria do Estado de Transportes disse que o projeto deve ser entregue no tempo certo e que 90% das obras já foram concluídos. O metrô estará “disponível à população em julho, antes mesmo das Olimpíadas”

Segundo o Governo do Estado, as estações estão em fase de acabamento. O tatuzão, equipamento usado para construção dos túneis, chegou neste sábado até o Leblon, concluindo a escavação em areia. Segundo a Secretaria Estadual, restam 200 metros escavação em Rocha para concluir o trecho Barra da Tijuca – Ipanema, onde faltam instalar 300 quilômetros de trilhos.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Emílio Santos disse:

    E o Dinheiro do Povão indo para o Brejo com essa Olimpíada, que para Nós, neste Momento Não Nos Interessa nem um Fio de Cabelo. Já Tivemos uma Copa do Mundo dos 7X1, que Gerou um Gasto que Superou as Copas de 2010 e 2006 Juntas e o País nesta Crise Causada pelo Crime Organizado (PT) com o Petrolão e tudo Mais. É uma Vergonha Mesmo o que Estamos Vendo e até Poderia Falar algumas coisas, mas, em Respeito ao Nosso Grande Adamo Basani, eu Não Irei Soltar o Verbo aqui. Vamu que Vamu que o Ano Já Começou e a Fila Anda, Marco Véio :(

  2. ORLANDO SILVA disse:

    Fico cada dia mais impressionado com certos governos deste estado, tão irmão de SP, vizinhos, mas que deixam demais a desejar.
    Há anos venho acompanhando as falhas e atrasos dos trens da Supervias. Fiquei incomodado até que enviei uma carta ao então governador Sergio Cabral Filho, convidando ele a vir à SP conhecer as transformações da nossa malha ferroviária, a criação da CPTM ex CBTU (federal). Levar a tecnologia para o Rio, ja que aqui perto seria de baixo custo por exemplo de comprar vagões novos.
    Semanas depois ele me enviou a resposta, que pelo que entendi, não seria necessário, um certo orgulho carioca, de não subjugá-los incompetentes.
    Então meses depois fiquei sabendo que ele mandou importar vagões da China..só que estes vieram via mar e ENFERRUJADOS..
    Ou seja cada cabeça uma sentença, ou seria quem não cresce não se estabelece.
    Os fluminenses ainda sofrerão com isso.

    Abraços, Orlando

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