Diante do risco de Metrô no Rio não ficar pronto até as Olimpíadas, Governo oficializou plano emergencial com mais ônibus

ônibus BRT

Ônibus BRT do Rio de Janeiro. Frota de articulados em operação deve aumentar caso Metrô da linha 4 não fique pronto

Além dos 158 ônibus articulados que vão operar para a demanda dos jogos, outros coletivos devem ser deslocados e faixas de ônibus podem unir BRT à região da linha 4

ADAMO BAZANI

O metrô da linha 4 do Rio de Janeiro, considerado essencial para a mobilidade nos Jogos Olímpicos, está atrasado e não há ainda definição de que o governo do estado terá acesso a tempo a um empréstimo de R$ 989,2 milhões, tido como indispensável para o término das obras.

Nesta terça-feira o presidente interino da República, Michel Temer, esteve no Rio de Janeiro conversando com governador interino do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, e disse que a União vai analisar novamente o pedido de empréstimo, mas que ainda não pode falar em valores, o que deve ocorrer apenas na próxima semana.

O governo do Rio de Janeiro disse que está otimista em concluir ao menos o trecho Olímpico da linha 4 do metrô até o final de julho.

A operação deve ocorrer no dia 1º de agosto, poucos dias antes do início das Olimpíadas que é no dia 5 de agosto.

Mesmo assim, o Secretário-Executivo de Coordenação de Governo, Rafael Picciani, confirmou que o Estado trabalha com medidas emergenciais e um Plano B em relação ao Metrô.

MAIS ÔNIBUS:

Basicamente o plano, é semelhante à alteração para atender o público na saída do Parque Olímpico durante a madrugada, mas é mais abrangente e vai contar com frota maior de ônibus e alterações viárias.

De acordo com o planejamento do Governo, além dos 158 ônibus articulados que já vão prestar serviços para demanda das Olimpíadas, outros ônibus comuns e do BRT Transoeste podem ser deslocadas.

Um corredor de ônibus temporário deve ligar a Barra da Tijuca até a região de Ipanema ou Leblon.

Esse serviço de ônibus deve atender regiões como Jardim de Alah, Praça Antero de Quental e Praça General Osório.

Para que o espaço dos ônibus seja implantado, a Faixa Olímpica da ligação Barra da Tijuca – Zona Sul passaria da Avenida Niemeyer para a Autoestrada Lagoa-Barra e para o Túnel Zuzu Angel.

Os ônibus articulados na Zona Sul circularam pelas vias BRS e as linhas regulares sofreriam alterações com Plano B do Metrô-Linha 4.

Em fevereiro deste ano, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, enviou comunicado para o Comitê Olímpico Internacional alertando sobre o risco de o metrô não ficar pronto até o evento.

Na época, Paes já tinha apontado o BRT como alternativa para um provável atraso. Relembre em: https://diariodotransporte.com.br/2016/02/21/metro-no-rio-corre-o-risco-nao-ficar-pronto-ate-as-olimpiadas-diz-paes-e-brt-pode-ser-alternativa/

GOVERNO PROMETE SAIR DA INADIMPLÊNCIA:

O governador interino do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, prometeu agilizar o pagamento de débitos em outros financiamentos para ter condições de captar, com o aval do Tesouro, o empréstimo de R$ 989,2 milhões para bancar o restante das obras.

O estado do Rio de Janeiro está impedido de receber um empréstimo do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social no valor de R$ 989,2 milhões para a continuidade das obras.

O BNDES, no dia 9 de maio, tinha aprovado a operação de crédito que liberaria os empréstimos em duas parcelas de R$ 494,6 milhões.

Entretanto, a operação também precisa ter autorização do Tesouro Nacional que entra como uma espécie de fiador. Mas o Tesouro impediu a liberação porque o governo do estado do Rio de Janeiro deixou de pagar na semana passada uma parcela de R$ 8 milhões de um contrato que mantém com a Agência Francesa de Fomento, além de ter parcela em atraso com o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Pela lei, a União só pode garantir empréstimo ao ente público se ele estiver em dia com seus compromissos.

Além de isso, no último dia 25 de maio, o Governo do Estado do Rio de Janeiro divulgou um relatório que mostra que a dívida tinha superado em 200% a receita corrente líquida estadual e, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, os estados não podem ter dívidas maiores que esse teto de 200%.  Assim ficam impedidos de contrair novos empréstimos para não se endividarem mais ainda.

No final de maio, o Estado do Rio de Janeiro refez os cálculos já levando em conta o abatimento de R$ 4,6 bilhões pela mudança de regras do indexador das dívidas com União. Este limite de dívida passou para 191,6%, o que é admitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

QUASE O DOBRO:

A linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro custará quase o dobro do previsto inicialmente e só estará pronta plenamente em 2018, quando deve ser concluída a Estação Gávea. As obras começaram em junho de 2010 e deveriam estar prontas em abril de 2016.

Ao todo, a linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro deve ter 16 quilômetros de extensão, com seis estações: Jardim Oceânico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz. A demanda prevista é de 300 mil passageiros por dia.

A linha vai custar quase o dobro do previsto inicialmente. Quando foi lançado o projeto da linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro, a estimativa era de que o sistema custaria R$ 5,5 bilhões para ser entregue, valor que foi para R$ 9,8 bilhões, incluindo 15 composições.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Se nao temcorredor vai de faixa mesmo.

    Se nao tem metro vai de buzap mesmo.

    Planejamento e trabalhar certo da primeira vez nao e nosso forte.

    BRASILLLLLLLLLLLLLLLLLL

    Att,

    Paulo Gil

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