CADE dá parecer favorável à incorporação total da Neobus pela Marcopolo

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Ônibus da Neobus, que passa a ser 100% da Marcopolo

Órgão aprovou ato de concentração. Petição destaca situação financeira difícil da Neobus

ADAMO BAZANI

O CADE- Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão do Ministério da Justiça e Cidadania, aprovou sem restrições a incorporação total da fabricante de carrocerias São Marino Ônibus – Neobus pela Marcopolo S.A., líder da produção de carrocerias de ônibus do País.

A decisão, à qual o Blog Ponto de Ônibus teve acesso, é de 24 de maio de 2016. A Marcopolo já tinha participação direta de 45% na Neobus.

Os 55% restantes eram da L&M Incorporadora Limitada. Pela transação autorizada, os sócios da L&M passam a deter uma participação minoritária inferior a 3% da Marcopolo.

Detinham a L&M, os empresários Edson Antônio Tomiello, titular de aproximadamente 96% do capital, e Adelir José Boschetti, titular de aproximadamente 4% do capital social.

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Na petição, à qual o Blog Ponto de Ônibus também teve acesso, a Marcopolo deixa claro o papel da L&M após a incorporação:

A presente operação consiste na incorporação da L&M Incorporadora Ltda. (“L&M”) pela Marcopolo S.A. (“Marcopolo”). Considerando que a L&M é um veículo societário sem atividade operacional e cujo único ativo é a participação de 55% no capital social da San Marino Ônibus e Implementos Ltda. (“Neobus” ou “Empresa Alvo”), cujo restante do capital social é detido pela própria Marcopolo — sendo a Empresa Alvo conjuntamente controlada pela Marcopolo e pela L&M –, esta operação consiste, substancialmente, na aquisição de controle unitário da Neobus pela Marcopolo, com os acionistas da L&M passando a deter ações preferenciais da Marcopolo após a incorporação e extinção da L&M, bem como cargos de administração na Empresa Alvo (“Operação”).

A decisão do superintendente geral do CADE, Eduardo Frade Rodrigues, aprova a concentração sem nenhum tipo de restrição

DESPACHOS DO SUPERINTENDENTE-GERAL Em 24 de maio de 2016 Nº 600 – Ato de Concentração. Requerentes: Marcopolo S.A. e San Marino Ônibus e Implementos Ltda. Advogados: Barbara Rosenberg e outros. Acolho o Parecer nº 2/2016/CGAA3/SGA1/SG/CADE, de 20 de maio de 2016 e, com fulcro no §1º do art. 50 da Lei 9.784/99, integro as suas razões à presente decisão, inclusive quanto a sua motivação. Decido pela aprovação, sem restrições, do ato de concentração, nos termos do art. 13, inciso XII, da Lei nº 12.529/11.

CRISE DA NEOBUS É ENFATIZADA EM PETIÇÃO:

 

No último dia 3 de maio, o Conselho da Marcopolo em reunião com acionistas destacou a possibilidade de medidas para aumentar a eficiência e diminuir os custos diante do quadro econômico brasileiro.

Entre as possibilidades que devem ser estudadas, estão fechamentos de fábricas.

Uma das unidades mais cotadas é justamente a de ônibus urbanos da Neobus, em Três Rios, no Rio de Janeiro .

A situação financeira difícil da Neobus foi destacada no pedido de incorporação, ao qual o Blog Ponto de Ônibus teve acesso.

A Marcopolo, no entanto, ainda não definiu os possíveis fechamentos das plantas.

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Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Maurício disse:

    Oligopólio descarado.

  2. monopólio assim não da

  3. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Isso é apenas uma questão documental, ninguém monta fábrica de buzão do dia para a noite.

    Só espero que os Neobus continuem, pois seus design´s e muito legal.

    Sugiro que a Marcopolo deixe a Neobus desenvolver o ‘New Senior”, com certeza
    ficar lindão.

    As linhas dos Neobus são diferentes e agradáveis.

    Pena que em Sampa ….

    Att,

    Paulo Gil

    1. ZéTros disse:

      Boa Noite Paulo,

      Não entendi quando disse:”Isso é apenas uma questão documental, ninguém monta fábrica de buzão do dia para a noite.”

      O Novo Sênior já existe…na Rússia. É esse aqui:

      http://www.ngvjournal.com/wp-content/uploads/2014/08/rusia-kamazbusWEB-6ago.jpg
      https://c2.staticflickr.com/8/7397/9105326100_62e6ec3328_b.jpg

      1. Paulo Gil disse:

        Ze Tros, bom dia.

        Você é muiiiiiiiiiiiiiiito bem informado, parabéns.

        Ok, mas pra mim esse Senior ai da Rússia é uma mistura de 20% de Senior com 80% de Volare .

        Na minha opinião, precisamos de uma nova carroceria de micro, com um design diferente, a exemplo da linha da Neobus ou algo mais diferente ainda, bonito e arrojado.

        Pra mim na atualidade não temos um micro com personalidade; mesmo tendo a frente dos 608, os Carolinas tinham uma personalidade própria, na minha opinião.

        Hoje não temos um micro com personalidade, veja só o Volare 5 que coisa esquisita.

        Isso na minha opinião.

        Abçs,

        Paulo Gil

      2. ZéTros disse:

        Boa tarde Paulo,

        Esse micro aí não tem nada de Volare não. Apenas é mais curto por conta do chassi KAMAZ. E tbm porque tem características para atender ao mercado local.

        Mas é provável que o Sênior brasileiro adote os faróis esticados e as lanternas do Audace, como nesse micro russo para se adequar à linha G7, como seus irmãos.

        Com relação ao design, o segmento de ônibus é diferente do de automóveis, logo, não tem muito o que inventar não, porque a intenção é ter manutenção barata e facilidade de reparos. Veja por exemplo o Novo Thunder da Neobus, com frente de Mega BRT e traseira de Mega Plus.

        O Carolina é um exemplo da falta de personalidade, exatamente porque não tinha um design próprio, já que usava o frontal inteiro dos “Mercedinhos” 608D.

  4. Na prática, isso significa o fim da Neobus. A Marcopolo tem tradição em encerrar as marcas que compra. Foi assim com a Eliziário, a Nimbus e a Ciferal e será com a Neobus. Ideal que uma industria que não fosse encarroçadora de ônibus comprasse a Neobus, mas estamos vendo que caminhamos para o oligopólio e num futuro não muito distante para o monopólio. Triste.

    1. ZéTros disse:

      Não mudaria muita coisa, porque a Marcopolo detinha 45% da Neobus. O ideal teria sido a Neobus ter comprado esses 45% e se livrado da Marcopolo.

      1. Paulo Gil disse:

        Ze Tros, bom dia.

        Você mesmo já respondeu a sua pergunta.

        “Não entendi quando disse:”Isso é apenas uma questão documental, ninguém monta fábrica de buzão do dia para a noite.”

        A Neobus não nasceu do dia para a noite, já era 45% Marcopolo, portanto …

        Abçs,

        Paulo Gil

      2. ZéTros disse:

        Mas isso foi recente. A Neobus nasceu independente, com origem nos espólios da Thamco, até que dois dos sócios do Edson Tomiello venderam na “suridna” suas ações pra Marcopolo.

        Inicialmente o percentual era em torno de 33%.

  5. Raphael disse:

    Triste mas verdade! acabamos de ver o destino da Neobus sendo selado pela Marcopolo: A Marca vai desaparecer do mercado em poucos anos e se com a Ciferal foi assim, com a Neobus não vai ser diferente. E outra: Quem garante que a Neobus está ruim financeiramente de fato? Não seria um pretexto das duas empresas para a incorporação? Imagino a grana que Marcopolo ofereceu para os sócios da Neobus, que tem evoluído na qualidade das carrocerias e ganhado destaque no seguimento urbano. Se considerar os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento, pra que a Marcopolo (agora dona total da Neobus) vai investir no desenvolvimento de dois produtos de mesmo nível para um mesmo seguimento? Mais fácil descontinuar a linha Mega e concentrar os investimentos no Torino, é assim que vai acontecer daqui uns tempos. O que pode acontecer é a Marcopolo absorver os pontos fortes de tecnologia do Mega e incorporar no Torino.
    Boa reportagem Ádamo Parabéns.

  6. A marca Neobus realmente devera ser encerrada, pelo que o restrospecto de incorporações da Marcopolo mostra. Quero ver como vão ficar os cooperados de São Paulo que são compradores de micros Neobus… Irão migrar para onde? Amd? Mascarello? Enfim, de todo modo, os produtos da Marcopolo tem qualidade indiscutivel

    1. Raphael disse:

      Verdade, principalmente no seguimento Rodoviário / Fretamento onde ela é imbatível. No seguimento urbano em termos de acabamento e conforto acaba perdendo para a caio e outras concorrentes, entre elas a própria Neobus. Agora muito provável que a fabrica Neobus em breve terá a marca aposentada para fabricar os produtos Marcopolo e ainda, com possibilidade de incorporar os pontos fortes do Mega nas linhas da Marcopolo como por exemplo os assentos urbanos de encosto alto em courvin, os ultimos usados nas carrocerias da Neobus são ergonômicos como os da Comil e Mascarello e o formato bem parecido com os da Caio (que eram usado antes de adotar aqueles assentos de plástico horrível com estofado como padrão urbano de encosto alto). e enquanto a Marcopolo para esse modelo de assento vem com o seu velho modelo simples de encosto reto – Muito usado nos Volares das ex-cooperativas de São Paulo.

  7. Marcelo disse:

    Taí o jeito que a Marcopolo faz para ganhar de seus concorrentes. Ao invés de melhorar a qualidade de seus produtos, adquire outro marca superior a ela para tirá-la da concorrência.
    Ainda acho que a Marcopolo tem alguma coisa a ver pelo fato da Busscar ainda não ter voltado.

    1. William de Jesus disse:

      Amigo Marcelo, A questão da Busscar está em outro patamar, e m outro buraco. A mesma faliu sem nenhum dedo da Marcopolo.

      Quanto à “volta” da Busscar no Mercado, SE ela volta, dependendo de quem a comprar, pode voltar apenas para um fim. Veja a Gontijo por exemplo, que está interessada na marca: acha mesmo que a Gontijo perderá seu tempo fazendo ônibus pra urbano sendo ela uma empresa rodoviária? E a Busscar da Colômbia? Acha que se o prêmio for pra ela irá manter a fabrica no Brasil? Vejo muitos aqui preocupados com a busscar, sem se dar conta que o fim dela foi no momento em que decretou falência

      Quanto às cooperativas, muitas já nao compram mais Neobus desde que surgiu os rumores com a Marcopolo. Enquanto uns comprar Caio (exemplo da Transwolff ex- Cooper Pam), outros invetem em carros para tapear, como o ridículo BepoBus.

    2. Zé Tros disse:

      A Marcopolo comprou a Neobus, por conta das dívidas da empresa e porque o dono quis vendê-la. Do jeito que se fala, parece que a Marcopolo obrigou ao Edson Tomiello vender a Neobus.

      E outra, se olharmos o que a Marcopolo vendeu de janeiro a abril desse ano, é maior que a soma de todas as concorrentes. Nesse mesmo período, a Neobus só vendeu mais rodoviários que a Caio, perdendo para todas as outras.

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