Até o final deste ano nenhum ônibus em Campinas vai receber dinheiro para pagamento de passagem

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Ônibus em Campinas. MPT diz que motorista não pode dirigir e cobrar ao mesmo tempo, mas cobradores não devem voltar

Acordo com Ministério Público do Trabalho é para acabar com dupla função

ADAMO BAZANI

O MPT – Ministério Público do Trabalho de Campinas, no interior de São Paulo, informou nesta terça-feira, 19 de abril de 2016, que foi firmado um acordo entre o órgão, a Emdec- Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas e as companhias de ônibus para eliminar o uso de dinheiro para pagamento de tarifa nos veículos do transporte municipal até o final deste ano.

De acordo com a promotoria, o objetivo da medida é acabar com a dupla função, na qual o motorista dirige e cobra passagem ao mesmo tempo.

A mudança se dará aos poucos.  Durante 30 dias, as empresas de ônibus e a Emdec vão realizar testes com 20 máquinas de autoatendimento. Depois, dentro de um prazo de 60 dias, haverá a instalação destes aparelhos.

As companhias de ônibus também estudam a possibilidade de pagamento de tarifas com cartão bancário. Testes com equipamentos que possibilitam esta forma de pagamento são realizados em Jundiaí, também no interior paulista, e devem ocorrer ainda no final deste semestre na região metropolitana de Curitiba.

Algumas cidades já não permitem mais pagamento com dinheiro dentro dos coletivos, como São José dos Pinhais, também na região metropolitana de Curitiba.

O prazo de 180 dias para o término de circulação de dinheiro em Campinas dentro dos ônibus vai ser contado a partir de 1º de maio, após os testes com equipamentos de autoatendimento.

Como a retirada dos cobradores de ônibus do sistema municipal de Campinas, desde outubro de 2014 as empresas e a prefeitura tentam fazer com que deixe de circular dinheiro dentro dos coletivos, mas até o momento nenhuma medida teve sucesso.

As empresas de ônibus chegaram a vender cartões eletrônicos dentro dos ônibus, mas em junho de 2015 o pagamento direto com dinheiro voltou a ser aceito.

O Ministério Público do Trabalho informou que a quantidade de passageiros que pagam com dinheiro é maior do que alegado pelas empresas.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. wellington disse:

    “O Ministério Público do Trabalho informou que a quantidade de passageiros que pagam com dinheiro é maior do que alegado pelas empresas”

    Adamo, quando agente lê isso e anda nos coletivos em Campinas rapidamente percebe a quantidade enorme de gente que paga passagem em dinheiro, ai fica a pergunta, 20 máquinas de autoatendimento darão conta de todas essas pessoas? Não evidentemente. É só olhar o tamanho de Campinas e perceber que isso não resolve.

    Ter máquinas de cartão de Débito/Crédito ? Nem todo mundo anda com cartão, fora confiar para usar isso no ônibus (alguns bairros aqui são muito perigosos para se demonstrar possuir isso em mãos).

    Temos o problema das pessoas que chegam a cidade e consequentemente não terão o cartão. Na Rodoviária ainda existe um posto da Transurc (que deve vender o cartão), mas no aeroporto por exemplo não!

    E nas periferias? como ficam as pessoas que não tem mais crédito nos cartões ou não os possui? raramente se vê postos para reabastece-los.

    O mais estranho é que a Transurc havia prometido ter milhares de postos de recarga em lojas do comércio espalhados por toda a cidade, mas o que se vê… aliás o que não se vê são estes postos, raramente comércios oferecem esse serviço.

    Fora que em uma época de grande uso da internet, não ter um aplicativo para conseguir recarregar seu cartão de passe é uma bizarrice enorme!

    Tá na hora de acordar Transurc, as soluções estão na cara de quem quer ver!
    Recarga por aplicativo e postos cadastrados em comércio pela cidade ajudam mais que 20 máquinas de autoatendimento!

    Só espero que isso não seja mais uma “enrolação” da mesma, na esperança de encontrar um jeitinho para não acabar com o dinheiro nos ônibus como ela vive fazendo desde o dia em que toda essa história de acabar com o dinheiro (leia-se acabar com os cobradores) começou.

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