Em meio à crise, Dilma corta dinheiro da principal linha de financiamento para ônibus, caminhões e outros bens de capital

Dilma

Dinheiro disponível para a compra de ônibus e caminhões novos foi reduzido pelo Governo, assim como prazo para micros, pequenas, médias e grandes empresas protocolarem as operações.

Prazo para protocolar as operações de financiamento é 30 de outubro, reduzindo a possibilidade de mais empreendedores terem acesso ao PSI

ADAMO BAZANI

Para tentar contornar a crise econômica, com o descontrole das contas públicas admitido pelo próprio governo com o ajuste fiscal, a equipe de Dilma Rousseff continua cortando recursos que estariam disponíveis para financiamentos do setor produtivo.

Nesta sexta-feira, 23 de outubro de 2015, o CMN – Conselho Monetário Nacional aprovou resolução que corta R$ 30,5 bilhões do PSI – Programa de Sustentação do Crescimento, a principal fonte de financiamento de ônibus, caminhões e outros bens de capital que beneficia a indústria destes setores, estimulando as compras e consequentemente a produção, e os prestadores de serviços, que podem comprar máquinas, equipamentos, veículos de carga e transportes coletivos em melhores condições.

O limite do PSI caiu de R$ 50 bilhões para R$ 19,5 bilhões.

O prazo para contratações continua até 31 de dezembro, mas as operações devem ser protocoladas até doa 30 de outubro, o que na prática reduz a possibilidade de mais investidores terem acesso ao PSI neste ano. Este prazo não existia antes da resolução.

O dinheiro disponível para a aquisição de máquinas, equipamentos e bens de capital industriais ou agrícolas por grandes empresas foi de R$ 14,7 bilhões para R$ 4 bilhões.

Já os recursos disponíveis para grandes empresas financiarem a compra de ônibus e caminhões novos caíram de R$ 8 bilhões para R$ 1,8 bilhão. Já o total para micros, pequenas e médias empresas renovarem as frotas caiu de R$ 8,8 bilhões para R$ 5 bilhões. O Programa Pró-Caminhoneiro, que incentiva transportadores autônomos e individuais, teve o limite reduzido de R$ 1,4 bilhão para R$ 151 milhões.

As taxas de juros e os prazos para financiamentos continuam os mesmos.

“PEDALADAS” PODEM RESULTAR EM JUROS FLUTUANTES:

Hoje os juros no PSI são fixos, mas isso pode acabar. O TCU – Tribunal de Contas da União ao verificar as chamadas “pedaladas fiscais”, pelas quais o governo usava recursos de bancos e instituições públicas para mascarar os déficits numa espécie de empréstimo não oficial, isso segundo os ministros, também percebeu atrasos repetidos de pagamentos pela União ao BNDES para bancar as variações dos juros na economia e manter as taxas do PSI fixas, a chamada equalização.

A indicação de fim dos juros fixos para o PSI veio em comunicado do próprio Ministério da Fazenda.

“No contexto atual de realinhamento de preços relativos e taxas de juros, a reavaliação da conveniência da renovação do PSI com taxas pré-fixadas é mais um passo no processo de reequilíbrio fiscal ora em curso da economia brasileira”, disse a Fazenda em comunicado.

Sobre a redução nos limites para os financiamentos, no comunicado, o Ministério da Fazenda admite que os níveis de investimentos estão baixos e que apenas R$ 6,8 bilhões foram utilizados para o PSI.

“não deverá ter impacto negativo relevante sobre o programa, visto a contratação de financiamentos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ter alcançado apenas 6,8 bilhões de reais até o final de setembro de 2015”.

O PSI foi criado em 2009 como uma forma de tentar contornar os efeitos da crise econômica mundial em 2008.  O objetivo era estimular os setores produtivos, exportação e os investimentos para a economia interna, com foco em bens de capital e inovação. Os financiamentos são concedidos pelo BNDES e pela Finep – Financiadora de Estudos e Projetos e os recursos são subvencionados pela União.

Além de índices e prazos mais interessantes que outras linhas de financiamento, a equalização dos juros para as taxas pré-fixadas é uma das maiores características do PSI.

ÔNIBUS E CAMINHÕES:

Para pequenas e médias empresas, há cobertura de 90% do valor do ônibus ou caminhão, sendo que 70% têm juros de 9,5% ao ano e sobre os outros 20% incidem 17%. O prazo de pagamento é de seis anos. Para as grandes empresas, o financiamento também é de 90%, sendo que sobre 50% incidem 10% de juros e sobre os outros 40% do valor do ônibus ou caminhão, os juros são de 17,5%. O prazo também é de seis anos.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Bruno disse:

    Cortar as mamatas (que são muitas e exageradas) nada…governo é um parasita mesmo! Suga tudo o que consegue…Não é atoa (muito menos sem motivo) que a sociedade esta desanimando do país mesmo…

  2. João Ayrton Lambiase disse:

    É a esta indescência de govêrno que o brasileiro está expôsto, ficou refêm, eles, somente eles provocam um rombo na economia do país e nós pagamos a conta, VOTEM NO PT OUTRA VEZ.

  3. João Ayrton Lambiase disse:

    É a essa indescência de govêrno que nós, brasileiros, estamos expostos, o govêrno, exclusivamente o govêrno abre um rombo na economia e nós temos que pagar a conta, votem no pt outra vez.

    1. mike disse:

      Para quem gosta, pode pagar as contas

  4. Que lega né dona Dilma gasta o que não,deve abusa do poder e o povo que paga,a câmara e o senado esta no meio com salários altíssimos e mordomias que não diminuem,vergonhaaaaaaaaaaaaaaa.

  5. Marcos E. cardoso disse:

    De um total de 119 bilhões disponíveis para investimento na área. pouco mais de 6 bilhões foram utilizados neste ano! deixando de gerar algo em torno de 30 bilhões em imposto direto somente das vendas dos caminhões e ônibus e indiretamente um incalculável valor de impostos dentro da cadeia de peças e serviços! não adianta o governo deixar o dinheiro a disposição se aqueles que estão administrando o dinheiro dificulta para não repassar o dinheiro a sociedade! é preciso olharmos com atenção para sabermos exatamente quem vem retendo a liberação dessa verba, e por qual interesse!

  6. Rubens disse:

    O que este governo está fazendo é um crime contra a indústria de carrocerias de ônibus. Já não basta milhares de desempregados e o caos social, ainda mais essa. Uma vergonha!!!!

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