Governo Federal atrasou pagamento de R$ 130 milhões por micro-ônibus à Marcopolo

Caminho da Escola

Marcopolo forneceu micro-ônibus da marca Volare para Caminho da Escola, mas não recebeu R$ 130 milhões do Governo Federal, o que agravou situação em momento de crise econômica brasileira. Foto: Adamo Bazani

Somado ao mercado desaquecido, fator contribuiu para encarroçadora cancelar pagamento de juros sobre o capital próprio

ADAMO BAZANI

O Governo Federal não realizou nas datas estipuladas em contratos o pagamento de R$ 130 milhões à encarroçadora de ônibus Marcopolo.

O débito se refere ao fornecimento já realizado de micro-ônibus para o Programa Caminho da Escola, uma das principais bandeiras dos governos Dilma Rousseff e Lula.
Os veículos são repassados às administrações municipais e estaduais, mas as dívidas são federais.

A informação foi repassada à imprensa pelo diretor de relações com o mercado da empresa, José Antônio Valiati, ao comentar a decisão da Marcopolo de cancelar o pagamento de juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 0,0243 por ação, num total de R$ 21 milhões, referente ao terceiro trimestre.

O executivo atribuiu como principal fator da decisão a crise econômica brasileira, que reduziu o ritmo de investimentos privados e públicos de diversos setores impactando diretamente no mercado de veículos pesados, como ônibus e caminhões, considerados bens de capital e bens intermediários. Segundo Valiati, as expectativas para o setor de transportes em 2016 também não são positivas. Uma recuperação mais consistente é esperada para 2017.

Apesar de a recessão brasileira e a queda nas vendas do setor terem peso principal para o não pagamento de juros, uma medida que é opcional no mercado financeiro, o não recebimento de R$ 130 milhões pelos micro-ônibus do Caminho da Escola piorou ainda mais a situação.

A Marcopolo forneceu unidades dos modelos da Volare, divisão de ônibus de pequeno porte da marca.

Segundo fontes de mercado, outras fabricantes de ônibus também não receberam do Governo Federal.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Isso é simples, é só efetuar a compensação dos tributos a vencer que deverão ser pagos pela Marcopolo.

    Por exemplo, compensa via FGTS.

    Toma lá da cá.

    Att,

    Paulo Gil

  2. andre magalhães disse:

    Duvido que o governo pague, muito menos compense alguma coisa. Vai alegar que é renuncia fiscal, e blá blá blá… Já era!

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