Crise econômica e corrupção vão tirar 20% da mobilidade urbana, diz consultoria

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Corredor de ônibus em Curitiba. Mobilidade urbana vai perder mais de 20% dos investimentos previstos por causa de crise econômica e corrupção. Há um cenário desfavorável para novos investimentos e estrangeiros querem garantias. Foto: Urbs.

Crise econômica e corrupção vão fazer mobilidade urbana perder 20% de recursos, diz consultoria

Clima é de desconfiança por parte de investidores e, com dinheiro restrito, governo não fará os aportes projetados para obras de transporte coletivo

ADAMO BAZANI – CBN

O ajuste fiscal promovido pelo Governo Federal, após anos de gastos públicos que resultaram no risco de descontrole do endividamento da máquina, a recessão econômica (agora admitida pelo governo com projeção de queda no PIB) e casos graves de corrupção como na Petrobras, descoberta pela Operação Lava Jato, vão causar a perda de 20,2% de investimentos no setor de mobilidade urbana em 2015.

A projeção é da Inter.B Consultoria com base em dados do próprio Governo Federal.

Como parte do ajuste fiscal para equilibrar as contas públicas e gerar capacidade para que o governo pague ao menos os juros da dívida, alcançado o superávit primário, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão anunciou no final de maio corte de R$ 69,9 bilhões. Deste total, R$ 25,9 bilhões são do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, responsável pela maior parte dos financiamentos de novas linhas de metrô, VLTs – Veículos Leves sobre Trilhos, corredores de ônibus entre outras obras.

Em relação à infraestrutura, que engloba mobilidade urbana e ações como ampliação de portos e aeroportos, rodovias e ferrovias, saneamento básico e iluminação, os corte de recursos devem atingir até o final do ano 19% do total previsto, havendo uma perda de R$ 25,2 bilhões em relação ao que foi investido em 2014. Assim, os investimentos do governo federal nestas melhorias não devem passar de R$ 105,7 bilhões.

Especialistas antes indicavam uma maior participação do setor privado como alternativa para esta redução de investimentos. Mas agora nem este parece ser o caminho mais certo. Isso porque, com a retração da economia, o setor privado também está sem capital para investir.

Muitas empresas perderam carteiras de clientes por causa da recessão e agora trabalham para cortar custos, não enxergando um bom momento para fazer aportes.

Em relação à corrupção, há duas realidades. Uma é diretamente relacionada com a Operação Lava Jato.  A maior parte das construtoras acusadas de corrupção envolvendo membros do Governo Federal, do PT e também de outros partidos como PP, PMDB e até PSDB, foi contrata pelos governos para as obras de mobilidade urbana. Algumas destas empresas hoje se dizem descapitalizadas.

A outra realidade é o clima no meio empresarial. Não há segurança para firmar contratos longos, caros e complexos em meio às instabilidades políticas e até mesmo a uma crise moral na relação entre o poder público e privado envolvendo o dinheiro do contribuinte.

Investidores internacionais, como os chineses que anunciaram uma série de ações no Brasil, dizem que até investem, mas antes o poder público precisa apresentar projetos consistentes.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. J disse:

    PARABÉNS A TODOS E TODAS Q VOTARAM NO PT, SEUS ALIADOS, SEUS AMIGUINHOS E SIMPATIZANTES! A CULPA É TODA VOSSA! AÉCIO NEVES É UMA OPÇÃO OBSCURA…MAS CERTAMENTE É MELHOR Q ISSO Q AÍ ESTÁ…APESAR DELE MESMO, DO ALCKMIN E PRINCIPALMENTE DO FHC E JOSÉ SERRA! FORA PT E LEVE A DILMA, O LULA E TODOS OS Q COMEM DE VOSSA TIJELA SUJA CONVOSCO!

  2. Júlio disse:

    “A maior parte das construtoras acusadas de corrupção envolvendo membros do Governo Federal, do PT e também de outros partidos”.

    Ádamo, você é um jornalista sério, por favor, não faça partidarismos (no seu caso imagino que tenha sido involuntário). Dentre políticos, 70% dos envolvidos na Lava-Jato são do Partido Progressista (PP), no PMDB estão acusados o presidente da Câmara e do Senado. O vice do Aécio em MG, é acusado também. Quem diz não sou eu, é a lista do Rodrigo Janot. A matéria citar o PT e sequer mencionar o nome dos outros partidos não é correto porque não são os fatos. Você é jornalista e respeito muito seu trabalho. Te peço mais atenção.

  3. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite.

    Como vão tirar 20 % de uma coisa que não existe, além do dicionário.

    Mobilidade …

    Att,

    Paulo Gil

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