Termina greve em Mauá

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Ônibus da Viação Cidade de Mauá que volta a operar – Foto: Adamo Bazani

Termina greve de ônibus em Mauá
Motoristas e cobradores da Viação Cidade de Mauá devem ter as homologações ainda hoje
ADAMO BAZANI – CBN
Os serviços de ônibus municipais em Mauá, na Grande São Paulo, começam a circular na tarde desta sexta-feira. A normalização se dá aos poucos.
Motoristas e cobradores da Viação Cidade de Mauá, da EAOSA – Empresa Auto Ônibus Santo André e da Viação Ribeirão Pires, estas duas últimas intermunicipais, paralisaram as atividades no início da tarde de ontem, o que pegou muitos passageiros de surpresa.
Os trabalhadores foram demitidos após a prefeitura de Mauá contratar outra empresa de ônibus na cidade, a Suzantur.
Eles dizem que não receberam as verbas rescisórias.
Na manhã desta sexta-feira, houve uma assembleia . Segundo a prefeitura de Mauá, a Viação Cidade de Mauá se comprometeu a pagar 50 homologações ainda nesta sexta-feira e as 79 restantes na segunda-feira (1º/9). Diariamente, utilizam o sistema de transporte coletivo da cidade aproximadamente 100 mil pessoas.
A Suzantur não estava em greve, mas as atividades foram paralisadas também. Temendo represálias, a Suzantur não colocou os ônibus nas ruas.
HISTÓRICO DE CONTRADIÇÕES E IMPASSES:
A situação vivenciada mais uma vez pela população como contexto as mudanças nos transportes realizadas pela administração do prefeito de Mauá, Donisete Braga.
A Viação Cidade de Mauá, do empresário Baltazar José de Sousa, e a Leblon Transporte de Passageiros, da família Isaak, foram descredenciadas por Donisete Braga e pelo então secretário de mobilidade urbana, Paulo Eugênio Pereira, hoje candidato a depurado estadual, por supostas consultas irregulares ao sistema de bilhetagem eletrônica. A acusação não foi unanimidade nem na prefeitura de Mauá e o caso está na Justiça. Em 27 de junho de 2013, a procuradora do município, Thaís de Almeida Miana, acolheu os argumentos da Leblon de que não houve consulta irregular e recomendou uma nova sindicância, o que foi ignorado por Paulo Eugênio e Donisete Braga.
Apesar de a prefeitura ter descredenciado as duas empresas, só uma delas, a Leblon Transporte de Passageiros, foi retirada de uma só vez do sistema. Para a empresa de Baltazar, o tratamento foi diferente: a empresa começou a ser retirada gradativamente desde dezembro do ano passado, ainda estando com 17 linhas, das 49 existentes em Mauá.
Foi declarada vencedora de uma nova licitação feita pela prefeitura de Mauá a empresa de ônibus Suzantur, de Claudinei Brogliato, que à época do descredenciamento, teve como representantes em negociação com o Sintetra, o sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus do ABC, David Barioni Neto, ex-executivo de Constantino de Oliveira, fundador da Gol Linhas Aéreas, e José Garcia Netto, irmão do dono do Banco Caruana, que financia ônibus para o grupo dos empresários de ônibus mineiros, no qual se enquadra Baltazar José de Sousa.
Na reunião, com a presença de Donisete Braga, segundo documento apresentado por Baltazar ao sindicato, Garcia e Barioni, na condição de representantes da Suzantur, se comprometeram a assumir todos os funcionários das linhas municipais descredenciadas da Viação Cidade de Mauá, o que segundo os trabalhadores, não ocorreu plenamente.
Hoje a Suzantur paga aluguel de uma garagem para o empresário Baltazar José de Sousa e opera, entre outros ônibus, veículos financiados pelo Banco Caruana para a Viação Estrela de Mauá, empresa fundada por Baltazar e depois presidida por David Barioni, que tentou tirar a Leblon das operações até janeiro de 2013, quando a Justiça considerou ilegal a atitude da prefeitura de Mauá de colocar a Estrela de Mauá para operar o mesmo lote da Leblon, cuja família opera nos transportes do Paraná desde 1951, mas que não pertencia ao grupo de empresários do ABC Paulista.
Em janeiro de 2013, Donisete Braga e Paulo Eugênio diziam que o melhor para Mauá era que a cidade tivesse duas ou mais empresas e defenderam a presença da Estrela de Mauá.
Quando a Leblon foi retirada, o discurso mudou. Em audiência pública na Câmara, no dia 12 de fevereiro de 2014, Paulo Eugênio disse aos munícipes que a licitação manteria dois lotes operacionais na cidade, mas dividindo o total de linhas pela metade.
Depois a prefeitura decidiu que uma empresa só operaria o sistema de 49 linhas que transporta 110 mil pessoas por dia.
A alegação para o modelo de monopólio foi que o poder público teria mais retorno financeiro.
Em entrevista ao Blog Ponto de Ônibus, no dia 04 de agosto, Donisete Braga disse estar convencido que este seria o melhor modelo para Mauá:

ENTREVISTA: Donisete Braga diz “acreditar plenamente no modelo de transportes que será implantado em Mauá”

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Adriano teotonio da luz. disse:

    Esses 110mil passageiros que que ficaram sem transporte sao os que votaram no dozizete? novo modelo de transporte que o donizete esta implantando greves,onibus sucateados,pontos de onibus descobertos e terminal imundo e fedido.

  2. Deni Saez disse:

    notem que ao comprar o cartão as vezes ele vem sem credito…e vc é obrigado a passar pela lateral dos NÃO PAGANTES… quem fica com o valor dessa passagem?

  3. Deni Saez disse:

    fiquei aguardando que trocassem o meu por cerca de 45 minutos…e vi MUITAS PESSOAS PASSANDO ASSIM…

    1. Deni Saez disse:

      fui questionar se outra vendedora podia trocar e nenhuma me trocou, disseram que tinha que trocar com quem comprei…uma até disse: “-você quer que eu use O MEU DINHEIRO?”…pensei que o dinheiro fosse da empresa…desvio ?

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