Viação Estrela de Mauá: Diretor tem os bens bloqueados pelo Banco Central

Estrela de Mauá

Viação Estrela de Mauá que tenta assumir o lote 02 no lugar da Leblon, sofre mais um abalo. Depois de ter perdido os recursos em várias instâncias judiciais, diretor da empresa, David Barioni Neto, teve os bens tornados indisponíveis pelo Banco Central por conta de intervenção em instituição financeira. Ônibus que foram encomendados pela Estrela de Mauá já rodam em testes em outras empresas, como na Gidion Transporte, de Santa Catarina.

Diretor da Viação Estrela de Mauá tem bens bloqueados pelo Banco Central
David Barioni Neto que está no controle da companhia que tenta assumir o lote 02 dos transportes de Mauá fez parte de conselho de administração de instituição financeira que sofreu intervenção do Banco Central. José Augusto Ferreira dos Santos, dono da instituição teve nome de empresa envolvida na máfia do lixo no Caso Celso Daniel, em Santo André

ADAMO BAZANI – CBN
Após perder vários recursos na Justiça para tentar assumir as 18 linhas do lote 02 de Mauá, na Grande São Paulo, no lugar da Leblon Transporte, a Viação Estrela de Mauá sofre mais um abalo.
Depois de decisões de diferentes turmas dos tribunais de Mauá e de São Paulo, tornando judicialmente inviável a possível entrada da empresa até o momento, agora a inviabilidade entra na esfera econômica.
Nesta sexta-feira, dia 19 de outubro de 2012, o Banco Central decretou intervenção no BVA, banco de financiamentos que teve como integrante do conselho de administração David Barioni Neto.
David Barioni e outros membros e ex-membros do conselho do BVA vão ficar com os bens indisponíveis temporariamente por conta desta intervenção do Banco Central.
Os financiamentos de ônibus para a Viação Estrela de Mauá, que já estavam sendo difíceis pelo fato de a empresa não ter um contrato legal para operar na cidade, agora devem ter mais impedimentos por conta de David Barioni ter os bens bloqueados.
Alguns veículos que já foram encomendados pela Estrela de Mauá e já chegaram a receber a pintura padrão da cidade, já estão circulando em testes em outras companhias na região Sul do País.
David Barioni Neto, ex vice-presidente da Gol Linhas Aéreas e ex presidente da TAM, aparece como sócio da Viação Estrela de Mauá desde julho deste ano, segundo a Junta Comercial do Estado de São Paulo.
Neste mesmo mês, o secretário de mobilidade urbana de Mauá, Renato Moreira dos Santos, e o Prefeito, Oswaldo Dias, do PT, assinaram um contrato com a Viação Estrela de Mauá para que ela assumisse no lugar da Leblon Transporte, empresa do Paraná, que teve a vitória na licitação reconhecida em 2010 pela própria prefeitura de Mauá e pela Justiça.
No entanto, o contrato assinado agora em 2012 com a Estrela de Mauá, não tinha validade jurídica, e a Justiça de São Paulo e o Superior Tribunal de Justiça – STJ, em Brasília, determinaram que ele fosse cancelado e que a Leblon permanecesse operando até o final do julgamento, que não tem data para ser concluído.
A disputa judicial entre a Leblon e as empresas que perderam a licitação de Mauá vem desde 2008. A Viação Estrela de Mauá foi fundada pelo empresário Baltazar José de Sousa, que opera o lote 01 com a Viação Cidade de Mauá. Antes da licitação, ele atuou exclusivamente nos transportes em Mauá por 30 anos.
A ligação entre David Barioni Neto e o empresário Baltazar José de Sousa ficou evidente depois do fato de Barioni ter assumido a direção da Estrela de Mauá para não configurar uma possível volta do monopólio dos transportes na cidade do ABC Paulista, caso a empresa fosse habilitada.
Não bastasse ter os bens tornados indisponíveis na Justiça, os administradores e ex administradores do BVA, banco suspeito de cometer irregularidades, também têm os nomes envolvidos em escândalos.
O fundador do BVA e sócio majoritário, José Augusto Ferreira dos Santos, foi sócio de uma das empresas suspeitas de integrar a “máfia do lixo” em Santo André, no ABC Paulista.
Supostos esquemas de corrupção envolvendo os serviços na área de lixo da cidade e empresas de ônibus teriam, segundo o Ministério Público, motivado o assassinato do prefeito Celso Daniel, em janeiro de 2002.

Seguem notas de reportagens da Agência Estado

BANCO CENTRAL INDISPONIBILIZA BENS DE ADMINISTRADORES DO BVA

O Banco Central divulgou a lista de controladores e ex-administradores
do banco BVA que ficarão com seus bens temporariamente indisponíveis por conta da
intervenção decretada hoje na instituição financeira. Os controladores diretos são as
empresas Vila Velha Empreendimentos, V55 Empreendimentos e Vilaflor Participações. O
controlador indireto, José Augusto Ferreira dos Santos.

Os ex-administradores membros do conselho de administração são: Ana Paula Peixoto da
Silva, Benedito Ivo Lodo Filho, David Barioni Neto, Fabio Augusto Guimarães Ferreira dos
Santos, José Augusto Ferreira dos Santos, José Roldão de Almeida Souza, Luiz Rodolfo
Palmeira Vasconcellos e Wagner Braz. Há ainda outros nove ex-administradores membros da
diretoria listados pelo BC.

Para interventor na instituição, o Banco Central nomeou Eduardo Félix Bianchini.

DONO DO BVA TEVE EMPRESA ENVOLVIDA NA MÁFIA DO LIXO EM SANTO ANDRÉ
RIO – O fundador do Banco BVA, José Augusto Ferreira dos Santos, era sócio de uma das empresas que participaram da chamada “máfia do lixo” na prefeitura petista de Santo André, esquema que veio à tona com o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, em 2002. A instituição financeira sofreu nesta sexta-feira uma intervenção do Banco Central (BC).
Santos também envolveu-se em escândalo relacionado a compensações fraudulentas de dívidas com a Receita Federal e teve operações recusadas pelo Fisco quando tentava quitar impostos com créditos podres. Em 2010, uma advogada de Santos informou ao Estado que o banqueiro foi vítima no caso escândalo tributário e que teria acertado tudo com a Receita.
Atualmente, o banqueiro divide o controle do BVA com o presidente da instituição, Benedito Ivo Lodo Filho, ex-executivo do banco J. Safra, contratado no fim de 2006. Lodo e Santos possuem, juntos, 68% das ações ordinárias. O primeiro é quem toca o dia a dia, enquanto o segundo tem a maior quantidade de ações.
Fundado no Rio, o BVA está radicado em São Paulo, com atuação sobretudo no segmento de crédito a pequenas e médias empresas. Embora a sede da instituição continue no Rio, o banco tem escritório e agências em Campinas, Santo André, Ribeirão Preto e na capital paulista. No site do BVA na internet consta também um escritório em Belo Horizonte. No Rio, a sede fica no Shopping Leblon, centro de compras de luxo no bairro localizado na Zona Sul da cidade.
Agressividade era marca do BVA
Lodo esteve à frente do forte crescimento do BVA nos últimos anos. Segundo relatório de risco da agência Austin Rating, datado de junho passado, houve aumento de 761,8% no patrimônio líquido do banco, de 2009 a 2011. Entre 2007 e 2010, o banco chamou a atenção por ter elevado os ativos em mais de dez vezes no período.
A agressividade do BVA virou assunto entre concorrentes e analistas de mercado, que passaram a atribuir o sucesso a um suposto bom trânsito político e acesso a fundos de pensão de empresas estatais. Lodo negou o uso de tais artifícios.
O BVA já estava na mira do BC. Neste ano, não apresentou nenhum balanço auditado, enquanto tentava conseguir a aprovação da autoridade monetária para fazer mudanças em sua composição acionária. A reorganização societária previa a saída de Santos.
Os 32% restantes da composição societária do BVA pertencem a um fundo de private equity e a uma empresa controlada pelo grupo Caoa, de revendedoras de automóveis e sócia da Hyundai do Brasil, de Carlos Alberto de Oliveira Andrade. As mudanças na composição acionária do banco ainda dependiam de autorização por parte do BC.
A reorganização societária, de acordo com o relatório da Austin Rating de junho, incluiria também a entrada de Cleber da Silva Faria, da família fundadora da Cervejaria Petrópolis – fabricante da cerveja Itaipava. Faria também é piloto de automobilismo, na fórmula Gran Turismo. Ele compete justamente pela equipe BVA Racing Team, patrocinada pelo banco, que estreou no Campeonato Brasileiro de Gran Turismo neste ano. Faria e seu companheiro de equipe, Duda Rosa, lideram o campeonato, a quatro etapas do fim.
Texto Inicial: Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.
Textos Complementares: Reportagem Grupo Estado

Comentários

Comentários

  1. Paulo Rberto disse:

    Meu Deus, Essa reportagem chega até a feder, de tanta podridão por parte dos citados. Mete essa gente no paredão e manda bala. Pronto! Tá resolvido.

  2. Josue Marcio Lopes disse:

    Como pode o David Barioni emprestar seu nome a este grupo de empresarios de onibus que ja deu provas que nao age honestamente!!!!

  3. Marcos disse:

    A exemplo do cometário do Josué Marcio, eu em sã consciência não consigo entender o que David Barioni está fazendo imerso nesse mar de lama. Lembro-me bem quando esse senhor estava a frente da TAM, e a empresa recebeu seu primeiro Boeing 777 na fábrica em Everett, EUA, ele próprio trouxe o avião para o Brasil, e agora lemos essas notícias? Alguém poderia me explicar tudo isso?

  4. ANTONIO SERRA DUTRA disse:

    e meusx amigos isso é pra vcs verem como uma pessoa se corrompe faciu e agora estrela de maua vcs vão rodar no lugar da leblon sem onibus ou vai pegar as sucadas da barão emprestado?

  5. Roberto SP disse:

    Uma coisa é certa ao ler essa reportagem, ela confirma tudo que temos discutido, a justiça está sendo feita e estão aparecendo coisas que já estão por ai há muito tempo e não era divulgado, a saída do Sr. Barioni da TAM não foi por acaso, agora mais essa creio que o Sr. Baltazar se deu mau novamente em tentar usa-lo como testa de ferro na Estrela de Mauá. Uma coisa é certa a cidade não será mais a mesma.

  6. ANTONIO SERRA DUTRA disse:

    e ai prefeitura de maua é este tipo de empresario que vocês estão tentando colocar em maua vocês estão tentando infectar mais ainda a nossa cidade com a corrupição? que tipo de empresario é este? que vergonha prefeitura

  7. Ádamo, o carro que está aqui em Joinville não tem nenhuma relação com o caso que está ocorrendo em Mauá, ele veio sob tutela da Volvo para a Gidion testar e possívelmente trocar seus B10M EDC 2000 por novos B270F 6X2, segunda-feira e terça-feira ele irá para a Transtusa.

    1. Valeu Andrews, obrigado pela informação. Como a questão da Estela de Mauá não se define na cidade, a Volvo tem usado seu carro, já que estaria sem uso no ABC até agora.

  8. adoro onibus disse:

    esse grupo do baltazar é uma vergonha nos transportes, vcs podem ver os onibus da eaosa, ribeirão pires, são camilo, cidade de maua, muitos onibus antigos, sem condiçoes,, onibus comprados usados e ainda eles colocaam escrito no letreiro veiculo novo, brincadeira viu, e ainda a prefeitura de maua quer si corromper junto com baltazar pra tirar a empresa leblon claro como toda empresa não é cem por cento, mas são veiculos novos, conservados, e a prefeitura quer tirar a empresa pra colocar outra do grupo baltazar pelo amor ed deus, deviam é mandar pros quintos dos inferno esse baltazar q só quer lucrar com os onibus deles suurrados e outros bizarros q ele msm criou na empresa, pq o abc e maua não merece andar nessas porcarias q tem na região de maua , um transporte lixo , usado q nem em regioes q o viario é ruim como francisco morato s de parnaiba os onibus são bem melhores, vamos la minist publico tem q cair em cima desse baltazar, um lixo de empresario

  9. Claudia Pereira disse:

    O que mata nisso tudo, é a cara de pau desse povo. Aliás, eles não cansam de roubar! Vejam o caso do fundo de pensão dos Correios, que está com um rombo gigantesco por conta de “acordos” com toda essa corja do PT! Os Correios, há tempos , assim como outras empresas públicas é moeda de troca nessa patifaria toda! A situação só não é pior, porque os Correios tem uma forte cultura de altruísmo. Mas como sair desse lodaçal? Afinal, os cargos de comando destas instituíções são indicação política. Só a apropriação da inforrmação nos dará embasamento para sair desta nojenta situação.

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